sábado, 16 de mayo de 2015

NESTA SEGUNDA-FEIRA, 18, LEREMOS POEMAS DE RICARDO CARVALHO CALERO

NESTA SEGUNDA-FEIRA, 18, LEREMOS POEMAS DE RICARDO CARVALHO CALERO, UM DOS GRANDES CRIADORES, PENSADOR EXCEPCIONAL, LINGÜISTA COMPROMETIDO COM NOSSA LÍNGUA.
Às SETE E meia DA TARDE, NA BIBLIOTECA CENTRAL DE FERROL, NA PRAÇA DE ESPANHA, ESPERAMOS-VOS A TODOS E TODAS, COMO SEMPRE SEM TRAMITES QUE NÃO SEJAM Os DO AMOR À POESIA MAS IN CONSUMIBLE.


Ricardo Carvalho Calero (Ferrol, 1910 - Compostela, 1990), grande vulto da cultura galega do século XX, foi, segundo a filha Maria Vitória, de «vida densa e austera, dedicada a trabalhar pela Galiza e a sua cultura». O pensamento crítico e a defesa do reintegracionismo fizeram com que, durante bastantes anos da sua vida e mesmo posteriormente, o isolacionismo dominante na cultura e na política da Comunidad Autónoma de Galicia o submetesse ao ostracismo, não só injustificado, mas aberrante até.
Acabado o Bacharelado, matriculou-se na universidade compostelana no curso de Direito e participou dos movimentos de resistência estudantil à ditadura de Primo de Rivera, até chegar a ser presidente da Federación Universitaria Escolar (FUE). Lá relacionou-se com o Seminário de Estudos Galegos. É de então que arranca o seu compromisso com a cultura e língua da Galiza.

Em 1931, acabados com brilhantez os estudos de Direito, publicou na editora Nós, de Ângelo Casal, o poemário Vieiros e em 1934, O siléncio axionllado (1934). Também em 1931, cofundador do Partido Galeguista, integrou, junto de Daniel Castelão, Alexandre Bóveda, Lugris Freire, Paz Andrade e Tobio Fernândez, o Conselho Assessor. Com Luís Tobio elaborou o Anteprojecto de Estatuto de Autonomia para Galiza, de concepção federalista.

A guerra civil (1936-39) surpreendeu Carvalho em Madrid, no concurso para catedrático de liceu. Ali coincidiu com a delegação galega, que, presidida por Castelão, apresentou nas Cortes os resultados oficiais do referendo estatutário. Incorporado ao exército republicano, como oficial, lutou em Valência e Andaluzia, onde foi detido. Em 1939, terminada a guerra, foi julgado e condenado por separatista a cadeia perpétua, afinal reduzida a doze anos e um dia de prisão maior. A guerra, o triunfo dos sublevados reduziu ao nada o esforço de reconstrução nacional da Galiza, em que Ricardo Carvalho Calero participara ativamente.

Já em 1941 a Ferrol e impedido de exercer, dedicou-se ao ensino particular. Das lembranças daquele tempo nutre-se o seu romance Scórpio (1987).

Em 1950 deslocou-se a Lugo, já como professor e diretor do Colégio Fingói. É também desde esse ano que colaborou no projeto cultural galeguizador da editora Galáxia.

Em 1951 publicou A Gente da Barreira, primeiro prémio da editora Bibliófilos Gallegos. Em 1954, doutorou-se em Madrid com a tese Aportaciones fundamentales a la literatura gallega contemporánea.

Em 1958 ingressou na Academia Galega com o discurso Contribuiçom ao estudo das fontes literárias de Rosalia

Em 1963 publicou a História da Literatura Galega Contemporânea, obra básica da crítica literária galega.

Em 1964-65 incorporou-se como professor interino de Língua e Literatura Galegas na Universidade de Compostela, onde acabaria sendo, por oposição, o primeiro catedrático de Língüística e Literatura Galega.

Em 1966 apareceu a primeira ediçom da sua Gramática elemental del gallego común, que representou na cultura galega um acontecimento de enorme transcendência.

Em 1977, ao morrer Sebastiám Martinez Risco, foi proposto (e recusou) para ser presidente da RAG. Nesses anos começou de compilar a sua obra: Sobre língua e literatura galega (1971); Estudos Rosalianos: aspectos da vida e obra de Rosalia de Castro (1979); e Libros e Autores Galegos I (1979).

Em 1979 presidiu a Comissom de Lingüística da Xunta Preautonómica, que elaborou umhas Normas Ortográficas do Idioma Galego, destinadas ao ensino e à administração, que na realidade por pressão do bloco isolacionista não chegaram a ser praticadas. Já Carvalho daquela optara pela corrente reintegracionista, na sequência do nacionalismo histórico. Com a tomada da RAG pelo ILG foi marginalizado e mesmo caluniado desde as novas instituições.

Em 1980 reformou-se da função docente e intensificou a atividade literária. Foi nomeado membro ordinário da Academia das Ciências de Lisboa, membro de honra da Associaçom Galega da Língua, das Irmandades da Fala da Galiza e Portugal e também da Associación de Escritores em Lingua Galega.

Nomeado Filho Predileto de Ferrol em 7 de janeiro de 1990, pouco tempo depois, em 25 de março, faleceu em Santiago de Compostela.

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À homenagem no centenário do seu nascimento estão abertas a participação de qualquer pessoa e entidade. Para participar diretamente envie-se um correio electrónico desde a Seção "Contato".

Cronologia PDF Print E-mail
Por Ernesto Vázquez Souza

1910

30 de outubro, nasce, na casa número 51º da Rua de São Francisco, no bairro de Ferrol Velho, Ricardo Carvalho Calero (RICARDO Leopoldo Ángel José Gerardo CARBALLO CALERO), o maior dos cinco irmãos nados do matrimónio entre Gabriel Ricardo Carballo Naya e Mª Dolores Calero Beltrán


1919

Morre Dolores Carballo Beltrán, com quem Carvalho aprendera as primeiras letras.
1920
O seu pai casa por segunda vez com uma irmã da falecida Elvira Calero Beltrán, madrinha de Carvalho, viúva, que vivia com a família; morrerá ao tentar dar à luz um ano depois.
1921-24
Leitor apaixonado, estuda no colégio "Sagrado Corazón de Jesús", perto da nova casa familiar, na Rua Real, dirigido pelo professor-escritor regionalista, Manuel Comellas Coimbra, com que se inicia no estudo dos clássicos, a "Preceptiva" e a "Retórica"
Prepara por livre o bacharelato, examina-se na Crunha no Eusebio da Guarda e começam as suas primeiras experiências literárias.
Na revista ferrolana Maruxa, assinaria com o pseudónimo "Ilex". Mais tarde publicará na revista Vida Gallega e no local El Correo Gallego.
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Biografia PDF Print E-mail
Por Martinho Montero-Santalha

Ricardo Carvalho Calero nasce a 30 de Outubro de 1910 na rua de S. Francisco, na casa nº 51 e no bairro máis antigo de Ferrol, assi reconhecido polo nome de Ferrol-Velho.

Seus pais eram Maria Dolores Calero Beltrám e Gabriel Ricardo Carvalho Naia. Ricardo é o mais velho de seis irmaos, dos quais dous morrem na infáncia.

Despois dos primeiros estudos numha escola da rua Madalena, estuda no Colégio "Sagrado Coraçom de Jesus", que dirige o escritor Manuel Comelhas Coimbra, autor da obra dramática Pilara ou grandezas dos humildes, com quem inicia os seus estudos de latim, e prepara por livre os seus estudos de Bacharelato.


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lunes, 13 de abril de 2015

Andersson, Claes, NUNO JUDICE y Tomas Tranströmer, O LUNS,20 DE ABRIL

Andersson, Claes 





Poeta, dramaturgo, crítico literario, músico, psiquiatra y político finlandés, nacido en Helsinki en 1937. Su asombrosa curiosidad humanística, sustentada en sus grandes dotes artísticas, en su despejada capacidad intelectual y en su generosa entrega al servicio de sus conciudadanos, le ha convertido en una de las figuras más destacadas de la vida social y cultural de su país en la segunda mitad del siglo XX.
Doctorado en medicina y especializado en psiquiatría, Claes Andersson ha brillado también en el ámbito de la música, tanto en su faceta de intérprete al piano (ha ofrecido varios conciertos de jazz), como en su condición de compositor y letrista (es autor de un libreto para ópera). Por otra parte, sus inquietudes políticas le han llevado a ser, primero, diputado en el Parlamento de su país (desde 1987), luego Presidente de su partido político, Unión de Izquierda (desde 1990), y, finalmente, Ministro de Cultura de Finlandia.
Pero es en el ámbito de la creación literaria donde su nombre ha rebasado las fronteras de su nación para obtener un amplio reconocimiento internacional. Autor de varias piezas dramáticas y de numerosos estudios de crítica literaria, Andersson ha sobresalido principalmente por la fuerza y calidad de su producción poética, que, en líneas generales, puede identificarse con los contenidos temáticos y los presupuestos estéticos de lo que en España se conoció como poesía social. En efecto, el compromiso que Andersson adopta en su poesía respecto a la realidad socio-política que le rodea le permite, en ocasiones, llegar con sus versos allí donde no sabe llegar el discurso político, dentro de una clara voluntad de acercamiento a las circunstancias cotidianas que envuelven la vida de sus compatriotas, y sin necesidad de ampararse en innecesarias justificaciones culturalistas. Todo este ejercicio de limpia honestidad -no sólo en sus planteamientos literarios, sino también en su propio modus operandi-, se alía con un constante y efectivo empleo de la ironía que, a la postre, consigue combinar el más puro sentido del humor -anclado en cierta asunción de la derrota- con la extrapolación de tópicos y saberes comunes: "Una persona congelada / no debe descongelarse demasiado deprisa".
En lengua castellana, puede leerse una espléndida muestra antológica de estapoesía social de Claes Andersson en el volumen titulado Lo que se hizo palabra en mí (Navarra: Pamiela, 1998), en traducción del sueco al castellano realizada por Francisco J. Uriz (como gran parte de la clase intelectual finlandesa, Claes Andersson es suecoparlante). En esta recopilación aparecen recogidos poemas procedentes de quince poemarios de Andersson, el primero de ellos fechado en 1962.


Caso 232
Dónde vamos a dormir esta noche
Dónde vamos a calentarnos las manos moradas de frío esta noche
Si se es dos se está algo más caliente
Nos apretamos el uno contra el otro
Nos calentamos uno al otro las manos entre las piernas
Adviérteme si notas que te estás muriendo
Porque entonces te llevas todo mi calor y me despierto helado

[Amar es respetar]
Amar es respetar
La independencia del ser amado
Así concibo yo el amor
Dónde coño se habrá metido esta mujer

NUNO JUDICE

en 1949. Poeta, narrador, ensayista, dramaturgo, editor profesor universitario y diplomático. Realizó estudios de Filología romana. Ha publicado doce libros de poesía, seis de ficción, y varios volúmenes de ensayo. Fue el primer poeta portugués en ser editado en Francia por la prestigiosa editorial Gallimard. En 1973 ganó el Premio Neruda y en 1995, el gran Premio de Poesía de la Asociación de Escritores Portugueses. Se desempeñó como Agregado Cultural de Portugal en París. Fundador y director de la revista de Poesía Tabacaria. Algunas de sus obras, traducidas al francés son Jeu de reflets (Juego de reflejos), con pinturas de Manuel Amado, Paris, Chandeigne, 2001; Lignes d’eau (Líneas de agua), Fata Morgana, 2000; Traces d’ombre (Trazos de sombra), traducido por Geneviève Leibrich, Paris, Métailié, 2000; Un chant dans l’épaisseur du temps (Un canto en el espesor del tiempo) seguido de Méditation sur les ruines (Meditación sobre las ruinas), Gallimard, 1996;Voyage dans un siècle de littérature portugaise (Viaje en un siglo de Literatura Portuguesa), Bordeaux, l’Escampette, 1993

EL INVENTOR DE HISTORIAS
En esta ciudad había un bosque; en esta casa, un
hueco; y en ese hueco murió un hombre, mirando
el fuego. En esa noche, no se veía el cielo
entre las ramas; pero todos los ruidos de la noche interrumpían
el pensamiento del hombre, y el crepitar de la leña
le iluminaba el rostro, mientras moría.
En ese tiempo, en que no había ciudad ni casa y
sólo el bosque se extendía más allá de ríos y montes,
de valles y montañas, de rebaños y manadas, un hombre
miraba al fuego, y moría. En su cabeza, sin embargo, se habían
formado historias que atravesaron los tiempos
hasta que llegaron al cuarto que ya fue un hueco,
en una ciudad sin árboles ni pájaros.

Lo que el hombre recuerda, ante el fuego, tiene el brillo
de la llama que se va a volver ceniza, en el final de la noche; y el mismo
viento que barre las hojas del otoño y las cenizas
de la hoguera ya no llevará las palabras del hombre que a la madrugada
no despertó. Pero las historias que inventó se soltaron
de él; y recorrieron el mundo y los tiempos, mientras
otros hombres abatieron bosques, construyeron ciudades,
inventaron otras historias.
El hombre no supo lo que le sucedió a esta historia. Pero
la inventó para que, un día, otro la pudiese contar.

O INVENTOR DE HISTÓRIAS

Nesta cidade havia uma floresta; nesta casa, uma
clareira; e nessa clareira um homem morreu, a olhar
o fogo. Nessa noite, não se via o céu
por entre os ramos; mas todos os ruídos da noite interrompiam
o pensamento do homem, e o crepitar da lenha
iluminava-lhe o rosto, enquanto morria.
Nesse tempo, em que não havia a cidade nem a casa, e
apenas a floresta se estendia para além de rios e montes,
de vales e montanhas, de rebanhos e manadas, um homem
olhava o fogo, e morria. Na sua cabeça, porém, tinham-se
formado histórias que atravessaram os tempos
até chegarem ao quarto que já foi uma clareira,
numa cidade sem árvores nem pássaros.
O que o homem lembra, em frente do fogo, tem o brilho
da chama que se vai tornar cinza, no fim da noite; e o mesmo
vento que varre as folhas do outono e as cinzas
da fogueira já não levará as palavras do homem que a madrugada
não acordou. Mas as histórias que inventou soltaram-se
dele; e correram o mundo e os tempos, enquanto
outros homens abateram florestas, construíram cidades,
inventaram outras histórias.


O homem não soube o que aconteceu a esta história. Mas
inventou-a para que, um dia, um outro a pudesse contar.
(sacados de AURORA BOREAL)

Tomas Tranströmer 


Es una de las grandes placas tectónicas de la poesía mundial. Un gran poeta del amor, un poeta erótico con velocidad y elegancia. También es participe del amor espiritual, una poesía del momento como una oración secular.No es raro que Tranströmer tenga influencias místicas, sobre todo de la naturaleza. La esencia de la poesía sueca, la mejor poesía sueca, es la poesía mística. Esa visión no ha trascendido a todo al mundo, por el dominio que tuvo la poesía descreída e irónica, la poesía concretista y coloquial y política de los años 60 y 70 en Suecia -como en todo el mundo.Pero, al final, ha resurgido triunfante la mejor poesía sueca, una poesía compacta como un diamante.Tomas Tranströmer se alza como incomparable.


LOS CUATRO TEMPERAMENTOS (1958)
Registrando, el ojo transforma los rayos solares en bastones policiales.
Y de noche: la bulla de una fiesta en el piso de abajo 
sube como flores irreales a través del suelo.
Salgo a la llanura. Oscuridad. El vagón parece no moverse.
Un anti-pájaro graznaba a la ausencia de estrellas.
Arriba el sol albino, lanzando oscuras marejadas.
*
Un hombre como un árbol erguido con hojas crujientes
y un rayo en guardia vio al sol con hedor de bestia
que buscaba entre alas crepitantes sobre la isla de acantilados
del mundo, avanzando tras banderas de espuma por la noche
y el día, con blancos pájaros lacustres y ruidosos
en cubierta, y todos con pasaje hacia el Caos.
*
Basta con cerrar los ojos para oír claramente
el pequeño domingo de las gaviotas sobre la comarca interminable
[del mar.
Una guitarra comienza a abotonar el arbusto y la nube avanza
lentamente, como el trineo verde de la primavera tardía
—con la luz amarrada que relincha—
llega resbalando sobre el hielo.
*
Desperté con los tacones de la amiga golpeteando en el sueño
y, afuera, dos montones de nieve, como olvidados guantes del invierno,
mientras octavillas del sol se desplomaban sobre la ciudad.
El camino nunca tiene fin. El horizonte se apura hacia adelante.
Los pájaros sacuden el árbol. El polvo se marea en torno a las ruedas.
¡Todas las rodantes ruedas que contradicen la muerte!

SOLSTICIO DE INVIERNO (1996)


Mi ropa irradia
un resplandor azul.
Solsticio de invierno.
Tintineantes panderetas de hielo.
Cierro los ojos.
Hay un mundo sordo,
hay una grieta
por la que los muertostraspasan la frontera.
(sacados de ARCADIA)


lunes, 23 de febrero de 2015

"Día de Rosalía"

Martes, 24 de Febreiro, ás 20 hs.
Galería Sargadelos - Ferrol
Organizado pola Asociación Escritores en Língua Galega
Recital poético:
"Día de Rosalía"

O próximo día 24 de febreiro, a Asociación de Escritores en Língua Galega promoverá a celebración do DÍA DE ROSALÍA en cidades en vilas galegas nuns actos nos que, trala lectura de poemas da autora, lerase o Manifesto da AELG, en representación de tódolos escritores e escritoras do país.
En Ferrol, o acto desenvolverase na Galería Sargadelos, ás 20 hs, e nel participarán: Rosa Martínez, Aurora Varela, Fernando Ocampo, Xosé Leira e Rosa Méndez, que ademais da lectura de poemas será a encargada de ler o Manifesto.
Desde 2011 a AELG vén solicitando aos concellos que declaren o 24 de febreiro como Día de Rosalía de Castro, e así o fixeron nun número de 33, sumándose tamén as Deputación da Coruña e Lugo.
Nesa data regala un libro en galego e unha flor.

domingo, 22 de febrero de 2015

LOUIS ARAGON, POEMAS

LOUIS ARAGON, POEMAS



ESTE LUNS, 23 DE FEBREIRO, NO CLUB DE POESÍA da Biblioteca Central de Ferrol, tendremos con nos os poemas de Louis Aragon. Estades todos invitados, todos e todas.





MAS BELLA QUE LAS LÁGRIMAS
Mi respiro perturba la vida a cierta gente:
como vago reproche los mantiene despiertos;
tal vez porque mi canto cual un cobre estridente
pudiera despertar con su clangor los muertos.


¡Ah! si los hiere mi verso con su tonada bélica
-rugir que a sus oídos no quieren que se acerque-
es que en el arpa el treno mató la voz angélica
y resurgen los ecos pávidos de Dunkerque.
Verdad: en recordarlo mi mal gusto compendio…
Así somos algunos: en sus cuerpos quizás
perduran los mordiscos del infernal incendio
que los faros del Norte contemplaran jamás.


Si te nombro, Amor mío, burla y odio concitas;
si alabo el sol, ustedes el invernal derroche;
dicen que en mi pradera sobran las margaritas,
azules en mi cielo y estrellas en mi noche.


Buscan en mis palabras a ver qué se descubre,
como fino escalpelo que escarba un corazón…
Tal vez me fuera poco perder Pont-neuf y el Louvre,
que aún sus venganzas piden satisfacción.


De alados cancioneros pueden hacer galeotes;
ahuyentar al poeta podrá su elegancia;
pero nunca podrán sus serviles brotes
arrebatar el don de nuestro amor a Francia.


Oye tú, pasajera que vas de puerta en puerta:
tal vez yo soy el hombre que vuelve de tu olvido;
colma tu delantal la primavera muerta,
y de un color de parvas tus ojos se han teñido.


¿Mintió nuestro embeleso? ¿Mintió nuestra ternura?
Miren aquesta frente nublada por el sol…
Pero el ansia renace cual se ve en la llanura
por entre las espigas surgir el ababol.


¿Y no son estos brazos los de las Afroditas
que entre la mies dorada coronan el peñón?
Plenitud encantada que eterna resucitas
la sombra de Racine en la Ferté-Milón.


La sonrisa de Reims con sus labios perfectos
es el sol que se apaga sobre una tarde eximia;
y para perdición de profetas y electos
sus trenzas de champaña trascienden a vendimia.


Ingres de Montalbán trazó la arquitectura
y el cuenco de esos hombros donde para tranquilo
el ansiado tesoro de la linfa más pura
filtrada en las raíces del álamo y el tilo.


¡Oh Laura! como a ti, Petrarca habría cantado
a esta Francia que sangra por nuestro corazón;
sangrante corza en fuga que lleva en el costado
la jabalina de los monteros de Aviñón.


Invoca el espejismo de mil y una grandezas
que sosieguen fantasmas, donde el gemir acalles:
Brantome, San Juan de Acre -cavas y fortalezas,
laderas y gargantas- Vercors y Roncesvalles.


Con el viento que llega de Arlés vuelven los sueños
-el corazón apenas los nombra en un rumor-.
En Aunis y en Saintonge los marjales trigueños
muestran aún el surco brutal del invasor.


Alta ronda de urbes, de villas y comarcas,
erguidas como flores de un esplendor rival,
y en pos de la galante huella de los monarcas
Razón y Sueño cifran en un solo ideal.


Oh cautiva Durance, oh cielo encadenado.
Suelo pastor vestido de racimos maduros;
país con cuyo nombre tan dulcemente amado
marcaba el rey de Francia los sarracenos muros.


Como tú misma es dulce la locura en desvelo
porque te reconozcan de mi canto a la luz;
y pues entre dos mares vacila nuestro duelo,
detenga nuestros pasos el umbral de Naurouze.


¡Mas, no! Tornas al vuelo, clamor insosegable…
¿A dónde vas? asado Mont-Ventoux, allá el Sena
en lo hondo se fuga, y entre un deleitable
manzanar, Lamartine sueña en la Magdalena.


Mujer, vinos fragantes, madrigales, montaña:
¿cuáles pintaré? ¿cuáles más vivamente adoro?
¿Son esos los pomares de tu seno, Bretaña,
y esas gemas tus pinos en ponientes de oro?


Alba gorguera donde los labios abrasados
mendigan cidra y leche. Plenitud que suspira,
Normandía secreta, por ti los desterrados
caballeros poblaron las ruinas de Palmira.


En verdad ya no sé dónde empieza el encanto…
Hay nombres que son carne como los de Andelyz.
Oh rostro que te vuelves por no mostrar el llanto,
pliega tus labios... ¡Calla, oh París, mi París!


París de las canciones, París de la Bastilla;
hoy solo tus albercas están embanderadas…
Como estrella polar no ya tu frente brilla:
París lo eres tan solo formando barricadas.


París de nuestros bienes, París de nuestros males;
París del Cours-la-Reine, Corte de Flor-de-lys;
de suburbio en suburbio por todos los umbrales,
tu nombre, más que un grito nos desgarra, PARÍS.


Huyamos de este sitio donde la atroz germina;
la vida aún aguarda su amanecer incierto;
del Oise y el Marne falta la epopeya leonina;
y Sylvia ya no cruza por el Valois desierto.


Almenar del recuerdo donde alzaran sus llamas
los sueños de veinte años a un cielo que mintió;
y en vez de amor, el negro Camino de las Damas,
y el crepitar del rojo molino de Laffaux.


Atraviesa la ruta polvorienta y famosa
de país en país persiguiendo incansada
por la selva de Argonne y en los Altos del Mosa
que renazca perenne tu gloria traicionada.


Como ciervo flechado que trémulo agoniza,
bajo el bosque se azulan los ojos de la charca…
Descanso de destierro que va camino a Suiza,
la que amara Courbet, la plácida comarca.


Te he perdido, Alsacia, donde si el Rhin desborda,
faisanes deslumbrados caen de los encinos;
donde Werther su treno por un instante asorda,
compasándolo al júbilo de coros campesinos.


De Port-Vendre a Dunkerque la tromba de tortura
no podrá enmudecer la voz de nuestras venas;
nadie podrá romper la mágica armadura
que Aymon forjó en el rojo cubil de las Ardenas.


A los férvidos labios no habrá quien arrebate
la flauta que a los siglos entrega su raudal;
tras la siega de lauros, aún llama al combate,
hermanos en la espiga, la hierba y el rosal.


Se oye entre las hojas un galopar que avanza…
Hilandera, suspende: mi pecho va a estallar.
Hablan en voz de fuente la noche y la esperanza…
Si fuera Duguesclin volviendo a batallar…



Qué importa que yo muera sin que la veneranda
faz mire dibujarse bajo el solar fulgor.
Dancemos, hijo mío, la loca zarabanda.
Mi patria es la Miseria y el Hambre y el Amor.

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