martes, 25 de enero de 2011

Una visita mas a CARVALHO CALERO



E agora som um velho patrom que
se senta ao sol no banco de um passeio.
A minha vida fica atrás. Foi minha?
Quem fum outrora?

Fum eu -este que agora som- aquele
que estes mesmos carreiros transitava
um tempo perseguindo a borboleta
ilusória do amor, e neste mesmo
banco torrava o coraçom, ao sol
do rosto de umha forma feminina,
já nom sei qual, ao meu carom sentada?

A minha boca que articula agora
um monológico silêncio, é
aquela que sabia dialogar
consoante a gramática perdida?

Nem apego me fica ao que onte fum,
nem ao que onte regia o meu falar
e o concertava com o falar seu.

Nacim já velho neste banco ao sol,
e aquel que outrora fum morreu em mim,
e sinto-o como um outro
que nom herdei, pois nada tenho del.

Mocidade nom tivem; som um velho
de poucos anos, que nacim assi.
Apócrifa é a história
com que alguns me encadeiam
às alegres tristezas de um passado
de harmonioso furor primaveral.

Sentado neste banco, tam só espero
que de mim mesmo brote o sono. Aquela
moça que se detém perante mim
—talvez onte ao meu lado se sentava—,
estorva-me hoje, e a seguir convido-a
a sua via, pois furta-me o sol.

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